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sábado, 19 de abril de 2025

Peixe, chocolate e tangerina



Sabemos que o real sentido da Páscoa não é comida e nem bebida. Trata-se, ante de mais nada, de uma tradição bíblica com forte ensinamento espiritual para os praticantes das religiões judaica e cristã que abrange dois episódios importantes: a libertação dos israelitas da escravidão egípcia, por meio de Moisés, e a morte e ressurreição de Jesus.


No entanto, como negar que a Semana Santa, há tempos, é secularizada no Brasil e em outros países ocidentais?! E por que iríamos ser radicalmente contra o costume de distribuir ovos de chocolate às crianças no domingo pascoal?!


Confesso que hoje em dia busco curtir de tudo um pouco. Admiro as histórias das Sagradas Escrituras acerca da Páscoa ao mesmo tempo em que tento ver beleza até na crença infantil do coelhinho que fabrica os tais doces deliciosos.


Quando criança, não nego que só me interessava mesmo pelos ovos e bombons. Aliás, abril sempre foi um mês muito açucarado para mim porque faço aniversário no dia 12 deste mês, cerca de uma semana depois da minha mãe que, por sua vez, sempre comemorou também com um bolinho.


Nos tempos da escola, essa época era o melhor momento para folgar. Com direito a degustar por três dias meu bolo de chocolate no niver (antes ou depois da Semana Santa), aproveitava ainda o feriado de Tiradentes em 21/04.


Entretanto, recordo que nem queria saber se comer um peixinho nos meus anos de menino. Ter que mastigar o alimento com cuidado para não engasgar com a espinha, ainda que fosse um filé, era tudo que eu não queria, de modo que, no meu almoço, vinha um franguinho frito que a empregada fazia na casa do meu falecido avô paterno.


Quarenta anos depois, hoje sou fã de um filé assado com arroz e salada. Já não faço tanta questão de comer chocolate e acho um desperdício comprar o ovo de Páscoa devido ao seu exorbitante preço e a quantidade que é inferior à da caixa de bombom.


Todavia, há algo que estimo muito nessa época que são as tangerinas. E, embora não fosse uma criança que tivesse o hábito de comer frutas, atualmente não vivo sem ter em minha geladeira pelo menos algumas maçãs e cítricos.


Pois é... Hoje, caminhando por Muriqui, finalmente encontrei várias tangerinas à venda num hortifruti. E, se não falhei nas observações, acho que foi a primeira vez que vi essa fruta em 2025, cuja safra pode ter sido prejudicada com a estiagem de fevereiro.


Sendo a Páscoa uma celebração de resultados vitoriosos e que fala em libertação, jamais descartaria incluir um pouco de comida na festa e lembrarmos também do Outono que é uma estação maravilhosa. Algo que, para mim, é muito mais interessante do que a Primavera com as suas temperaturas amenas que vêm me libertar do terrível calorão.


Seja como for a comemoração de casa um, desejo uma feliz Páscoa a tod@s!

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