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segunda-feira, 21 de abril de 2025

Nomes que serão eternamente lembrados pelos brasileiros

 

Martírio de Tiradentes, Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo.


"Não vamos nos dispersar. Continuemos reunidos, como nas praças públicas, com a mesma emoção, a mesma dignidade e a mesma decisão. Se todos quisermos, dizia-nos, há quase duzentos anos, Tiradentes, aquele herói enlouquecido de esperança, podemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la!" (Tancredo Neves)

O dia 21 de abril será lembrado por nós brasileiros pela perda de três grandes homens. Um deles, foi o militar Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, enforcado em 21 de abril de 1792, que liderou a Inconfidência Mineira, movimento este que lutava pela independência do Brasil da Coroa Portuguesa, ainda que restrito à região de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

Tal personagem da nossa história ficou praticamente cem anos esquecido até que a República foi proclamada em 1889. Foi quando então os positivistas o mitificaram como um herói da pátria, buscando personificar a identidade republicana.

Devido a essa mitificação de Tiradentes, pintado em vários quadros com barba, chegava a confundi-lo com a figura de Jesus quando ainda me achava na pré-escola. Até mesmo porque a Sexta-feira da Paixão costuma ocorrer em abril, pouco antes do dia 21/04.

Há exatos 40 anos atrás, em 21 de abril de 1985, os brasileiros choraram a morte de Tancredo de Almeida Neves, o nosso primeiro presidente civil depois de mais de 20 anos de ditadura militar. Apesar de eleito por ampla maioria pelo Colégio Eleitoral, com mais de 72% dos votos, ele não chegou a tomar posse pois adoeceu gravemente em março daquele ano, vindo a falecer um mês depois.

Na época da morte de Tancredo, eu tinha acabado de completar 9 anos e morava com meu avô paterno em Juiz de Fora, interior de Minas Gerais. Recordo que vi muita gente chorando e se lamentando pelo seu falecimento pois o presidente eleito simbolizava a esperança de um povo massacrado pela opressão polícia dos generais que haviam tomado o país de assalto 21 anos antes.

Nesta segunda-feira chuvosa, perdemos um outro líder que, embora não fosse brasileiro, era uma fonte de inspiração para todo o mundo. Nascido Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco deixou um legado de lutas, oposição às guerras, defesa do meio ambiente, dedicação aos pobres, respeito ao ser humano, aos imigrantes, aos presidiários, às mulheres e aos excluídos da sociedade.

Certamente, teríamos outros nomes de pessoas para rememorarmos as quais partiram nesta mesma data, embora em anos diferentes, como o escritor e poeta maranhense Joaquim de Sousa Andrade, mais conhecido por Sousândrade. Também temos o advogado, jornalista e político Paschoal Ranieri Mazzilli que, sendo o representante da Câmara Federal, por duas vezes presidiu interinamente o país na década de 60. E, no meio cultural, perdemos o produtor teatral Walter Pinto, o dublador Waldyr Sant'anna, e a atriz Carmem Silva, nome artístico de Maria Amália Feijó, sendo que, no mundo dos esportes, devemos recordar do saudoso técnico de futebol Telê Santana da Silva, o qual chegou a comandar a nossa seleção de futebol.

Enfim, o feriado de 21 de abril poderia ser considerado um segundo Finados para os brasileiros, com a diferença que a ressignificação de Tiradentes, mesmo mitificada pelos antigos republicanos, serve de motivação para lutarmos por um Brasil melhor. Aliás, eu diria que é uma grande honra alguém morrer nesta data, assim como em 20 de novembro, dia da Consciência Negra por se tratar da morte de Zumbi dos Palmares.

Papa Francisco em visita ao Rio de Janeiro, 2013

Ótima semana a todos e que possamos mirar nos bons exemplos deixados pelo Papa Francisco e demais antepassados.

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