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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Uma vitória para o cinema brasileiro e para a memória histórica



Não poderia esquecer de registrar em meu blogue a satisfação que estou sentindo com a premiação da nossa brasileira Fernanda Torres, premiada com o Globo de Ouro 2025 como melhor atriz de drama por haver talentosamente  interpretado Eunice Paiva em Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, que, por sua vez, também foi indicado na categoria de melhor filme internacional, mas acabou superado por Emília Perez.

Além de ser um inestimável reconhecimento para o cinema brasileiro, achei ótima a fala de agradecimento da nossa atriz que dedicou a vitória à mãe, Fernanda Montenegro, relembrando que ela também fora indicada à mesma premiação em 1999, com o filme Central do Brasil

Contudo, não pode passar desapercebido que o filme retrata um período muito triste da história brasileira em que a nossa democracia e os direitos humanos foram violentados pelo Estado, a ponto de agentes do governo terem prendido, torturado, matado e destruído famílias, a exemplo do assassinato do ex-deputado Rubens Paiva (1929 - 1971).

Desse modo, a obra muito bem representada em Hollywood, representa um prestígio à nossa memória história e o anseio por Justiça, lembrando às novas gerações de um passado de perversidades, o qual nunca mais queremos que se repita no nosso país e em nenhum outro.

Brilha, Fernanda! Graças a você e ao Walter Salles, mais uma bela página do cinema nacional está sendo escrita.

Viva a cultura!

Feliz Natal e amanhã também!


Monumento aos Reis Magos em Angra dos Reis


Hoje, 6 de janeiro (primeira segunda-feira de 2025), tradicionalmente considerado Dia de Reis, em homenagem aos magos do Oriente que vieram presentear o menino Jesus, ainda é considerado Natal para quem não sabe (ou se esqueceu). Ou seja, ainda há tempo de dar seu presente para alguém. 

Todavia, o Natal não é só presentes, embora tais ofertas fizeram parte do início da vida terrena de Jesus, sendo não  somente atos de amor, reverência e adoração, como símbolos do que representou a sua vinda ao mundo. Tentem refletir sobre o que pode significar ouro, incenso e mirra.

Pelo que conhecemos acerca de Jesus, através dos evangelhos, ele nunca exigiu receber nada, nem mesmo o simples reconhecimento, mas sempre valorizou qualquer coisa que fizessem por ele. Inclusive a extravagância da ousada mulher que derramou sobre seu corpo um precioso perfume, assim como percebeu a atitude do leproso samaritano quando retornou para agradecer a cura, ou o homem chamado Simão que teria lhe ajudado a carregar a cruz, neste caso difícil ou impossível dizer algo ao cirineu num momento de tão grande sofrimento.

Hoje, se algo queremos fazer por Jesus, realizemos então pelo nosso próximo! Sejamos generosos com aqueles que passam por necessidades e nunca nos esqueçamos também dos que estão conosco na caminhada diária porque devem ser reconhecidos e honrados.

Quem sabe esse seu próximo não será aquela pessoa que lhe dá forças nas horas mais difíceis? O seu professor? Seu colega de trabalho? Um amigo? Um orientador espiritual?

Fato é que os (reis?) magos presentearam não só uma criancinha de colo como também podem ter ajudado uma pobre família a se manter num auto-exílio no exterior, enquanto um governante maligno queria matar indefesos. 

Será que José não usou daquele recurso em sua viagem ao Egito, no pagamento do aluguel de uma casa, na compra de alimentos roupas e dos primeiros utensílios domésticos?!

Curiosamente, hoje é também o 523° aniversário da cidade vizinha de Angra dos Reis, a qual foi "descoberta" pelos portugueses justamente no dia 6 de janeiro de 1502, através da expedição portuguesa comandada por Gonçalo Coelho. Por ocasião da data, batizaram a linda baía da Ilha Grande em homenagem à visita dos magos ao menino Jesus que, conforme a tradição cristã, seriam três reis vindos do Oriente. 

Algumas décadas depois da expedição portuguesa, o povoado ali formado que, já no século seguinte, foi elevado à categoria de vila, teria inicialmente recebido o nome de Vila dos Três Santos Reis, depois Vila de Angra dos Reis e, finalmente, Angra dos Reis. Claro que toda aquela terra já era possuída pelos tupinambás, povo que habitava toda a região da Costa Verde, inclusive aqui em Mangaratiba, o que, talvez, venha a sugerir mais um outro nome ao Município que poderia ser, quem sabe, a Angra do Cunhambebe, o qual foi o cacique líder da resistência ao colonizador.

De qualquer forma, a homenagem aos magos, os quais não sei se realmente seriam apenas três ou se reinavam em algum país, pode e deve coexistir com todas as homenagens devidas. Por isso, acho bem oportuno recordar deles e lembrarmos que hoje também é Natal.

Justamente porque o Natal não acabou, quero ainda reforçar a ideia para nós culturalmente cristãos (crentes ou não) que o significado do nascimento de Jesus nunca tem fim. O próprio Mestre, quando ascendeu aos céus, prometeu estar todos os dias com os seus discípulos sendo que nós o tornamos presente em nosso cotidiano quando entendemos a sua mensagem de amor e a praticamos.

Portanto, bom dia, boa tarde ou boa noite, conforme o fuso horário em que se encontra, e tenha sempre um feliz Natal.


📷: Autor desconhecido / Facebook

domingo, 5 de janeiro de 2025

Uma volta ao redor da galáxia e se passou uma era...


Trajetória do Sol ao redor de Sagittarius A*


Você sabia que o nosso Sol leva cerca de 230 milhões de anos para completar a sua órbita ao redor do centro galáctico.


Bem interessante a medição desse longo tempo jamais presenciado pela nossa espécie. 


Observem uma coisa. A última vez em que o nosso Sol esteve "por aqui", os dinossauros provavelmente estivesse surgindo durante o chamado período Triássico, o qual veio antes do Jurássico, bem no comecinho da era Mesozoica. 


Na verdade, o planeta tinha passado por uma grande extinção em massa, mais ou menos uns 20 milhões de anos antes, e a Pangeia, pelo que pesquisei num mapa do Dr. Google, já estaria se dividindo em duas massas de terra: a Laurásia, ao norte e Gondwana, ao sul.


Possível configuração dos continente no Triássico


Enquanto o Sol fazia a sua viagem em torno de Sagittarius A*, que é o  buraco negro supermassivo localizado justamente no centro galáctico da Via Láctea, não somente os continentes continuaram a se dividir em razão das atividades tectônicas como também os grandes répteis dominaram a superfície terrestre. E isto perdurou até que os dinossauros foram extintos em decorrência da queda de um imenso asteroide ocorrida há uns 65 milhões de anos, pondo fim ao período Cretáceo, o último da Mesozóica.


A partir de então, teve início a Era Cenozoica, a qual se divide entre os períodos Terciário e Quaternário, sendo este último o que vivemos atualmente. Além da configuração da crosta terrestre tal como hoje a conhecemos, tanto no que diz respeito à organização e forma dos continentes, bem como em relação à sua geomorfologia, eis que houve a formação das grandes cadeias montanhosas ou dobramentos modernos, a exemplo das cordilheiras do Himalaia, dos Andes e os Alpes. 


Na Era Cenozoica, houve também a ocorrência das últimas glaciações de que se tem registro e a diminuição da temperatura com a formação de gelo nos polos há cerca de 30 milhões de anos. Sem contar as novas espécies de aves e mamíferos, incluindo os primatas.


Pois bem. Desses estimados 230 milhões de anos de translação do sistema solar ao redor da Via Láctea, o que seriam os últimos 1,8 milhão que correspondem ao período Quaternário, marcado pelo surgimento da vida humana?!


Ora, quando o asteroide Chicxulub caiu na Terra há uns 65 milhões de anos, com o seu colossal tamanho  de uns 9 a 15 quilômetros de diâmetro, viajando numa velocidade de 25 quilômetros por segundo, de acordo com a NASA, bastou um instante de colisão para tudo mudar.


Da mesma maneira, o homem hoje representa um risco para todas as espécies e para si próprio por causa do seu comportamento destrutivo. Podemos tornar a vida insustentável no planeta durante décadas ou séculos com o nosso consumo excessivo e perdulário, assim como bastaria um holocausto nuclear para que, em menos de uma hora, o destino de todos mude irreversivelmente.


Se a explosão de muitas bombas atômicas poriam fim à Era Cenozoica ou inaugurariam um novo período, ou apenas uma época geológica, falta-me conhecimento técnico para poder conceituar. Até porque o período atual só existe em função de nós, embora a vida na Terra não.


Contudo, somos uma espécie de alto potencial evolutivo. Aí suponho que, se soubermos submeter o nosso instinto de destruição à racionalidade científica, viveremos diversos períodos na Terra e fora dela, podendo sobreviver aos impactos das futuras extinções em massa causadas por eventos naturais. Isto porque a tendência é que o nosso conhecimento continue se multiplicando e a tecnologia avance mais e mais.


Diagrama do impacto das extinções no Fanerozóico / Wikipédia


Pensem bem. Nos últimos 200 anos, a humanidade foi capaz de realizar proezas nunca imaginadas como possíveis na época de Cristo, tipo a produção de aço, a lâmpada elétrica, o celuloide, os antibióticos, as vacinas, o avião, o satélite, o telefone, o automóvel, o computador, a automação industrial, a internet, o chip, a reprodução em laboratório, os smartphones, a inteligência artificial, etc. Logo, como podemos imaginar o mundo daqui cinquenta, cem, duzentos, quinhentos e mil anos?


Será que, até o final do milênio, já não teremos enviado uma sonda não tripulada a várias estrelas mais próximas da galáxia e criado comunidades humanas em outros planetas do sistema solar?


Supõe-se que, nos próximos 250 milhões de anos, já terá se formado o próximo supercontinente da Terra que se chamará "Pangeia Última". Porém, o papo que rola frequentemente nas notícias da internet é que, até lá, o planeta se tornará inabitável para os mamíferos incluindo os seres humanos. Isto porque três fatores contribuirão para uma alteração climática: (i) o próprio movimento intenso que levará à nova aproximação dos continentes incendiará a atividade vulcânica e, consequentemente, elevará consideravelmente a emissão de CO2; (ii) com os continentes comprimidos numa massa terrestre gigante, haverá um vasto interior desértico onde as temperaturas poderão subir ultrapassando os 40º C; e (iii) o Sol aumentará em 2,5% o seu brilho, o que será potencializado pelo intenso efeito estufa.


Essas análise foi publicada na revista Nature, tendo sido realizada por cientistas da Universidade de Bristol com base em modelos computacionais e leva a crença de que as mudanças poderão induzir uma extinção em massa. Só que não se levou em conta o extraordinário progresso científico e tecnológico que, provavelmente, haverá até lá a ponto da humanidade já ter se espalhado para além do sistema solar e quiçá tornado vários planetas habitáveis através de uma avançada engenharia ambiental.


Certamente que, se viajássemos hoje para um planeta nas mesmas condições da hipotética "Pangeia Última", os cientistas não teriam tantas dificuldades para colonizá-lo como em relação a Marte. Pois, com a ajuda da tecnologia, mesmo que a humanidade se fixe inicialmente nas extremidades do supercontinente (mais perto dos polos e dos mares), conseguiremos criar ambientes protegidos para a habitação e o cultivo de alimentos, além do uso sustentável da fauna e da flora.


Sem querer viajar tanto na maionese, indago se uma equipe de cientistas não conseguiria fazer uma expedição tripulada ao passado e viver por anos na era Mesozoica e até no Paleozoico, que foi entre 541 milhões e 252 milhões de anos atrás, aproximadamente, caso existisse uma máquina do tempo?!


Seja como for, a próxima vez em que o Sol estiver completado mais uma volta em torno da Via Láctea, o nosso mundo estará numa outra era, seja com os humanos já extintos, sem nenhum vestígio da nossa civilização, ou espalhados pelo imenso Universo sem deixarem a habitação da Terra. Mas para isso, a nossa espécie precisará se tornar ecologista e um pouco mais socialista, deixando de impactar o planeta com as suas ações, exceto quando for se prevenir contra os acontecimentos extintivos.


Chega! Já viajei demais!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Finalmente uma medida de dignidade e respeito com os quilombolas das fazendas de Santa Justina e Santa Izabel



Na tarde desta sexta-feira (03/01/2025), a Prefeitura de Mangaratiba divulgou uma excelente notícia nas redes sociais com o título "Prefeito de Mangaratiba entrega licença ambiental definitiva para instalação de energia nos Quilombos Santa Justina e Isabel". Diz a matéria:


"Nesta sexta-feira (03) o Prefeito de Mangaratiba, Luiz Claudio Ribeiro, entregou a Licença Ambiental definitiva que vai levar rede de iluminação devidamente legalizada para os moradores dos Quilombos Santa Justina e Santa Isabel. A entrega contou com a presença da Secretária de Meio Ambiente, Natacha Kede, representantes da ENEL e dos Quilombos.

A nova licença resolve definitivamente um impasse que se arrasta há décadas, permitindo que a ENEL faça o início imediato das obras de instalação da rede elétrica. Além da licença ambiental, a prefeitura ainda disponibilizou todas as autorizações pendentes para a execução do trabalho e notificou a empresa que é proprietária do terreno onde o Quilombo está localizado, informando que o trabalho será iniciado.

O prefeito Luiz Claudio Ribeiro fez questão de explicar a importância da entrega das liberações.

“Estamos garantindo não só um direito constitucional às famílias do quilombo, mas, levando dignidade e fazendo uma reparação histórica. Nosso governo será pautado por diálogo, construção e respeito”, exaltou.

Ao todo, serão instalados aproximadamente 10km de rede elétrica e a Secretaria de Meio Ambiente irá acompanhar toda a intervenção.

Silvio Soares, presidente da Associação de Moradores, Amigos e Amigas da Fazenda Santa Justina, fez questão de agradecer ao empenho da prefeitura. “Essa junção de comunidade e poder público é o que estava faltando. Agradeço muito por toda essa mobilização”, disse.

Sobre o local:

Localizado no distrito de Mangaratiba, o Quilombo Santa Justina/Santa Isabel abriga 80 famílias e é responsável pela produção de diversos produtos da agricultura familiar, que hoje ajudam a girar a economia local. A ligação de energia trará não só dignidade aos moradores, mas também, diversos benefícios para os produtores, bem como, o desenvolvimento econômico local."

(clique AQUI para acessar a postagem no Facebook)


Sem dúvida, foi uma importante conquista para essa esquecida comunidade quilombola de Mangaratiba há décadas sem acesso à energia elétrica, um direito fundamental garantido pelo programa federal "Luz para Todos" desde 2005


Pois bem. Naquele ano, o presidente Lula, ainda em seu primeiro mandato, lançou o programa, mas os quilombolas nada alcançaram, tendo a energia chegado às ilhas de Mangaratiba no início da década passada já na gestão do então prefeito Evandro Bertino Jorge, mas não contemplou a comunidade situada não muito distante da RJ-149 que sobe para a Serra do Piloto. E, da última vez, a concessionária Enel prometeu que a luz chegaria até o Natal deste ano, o que não aconteceu provavelmente por causa da necessidade de licença ambiental. 


Embora eu tenha apoiado o adversário do Luiz Cláudio no pleito passado de 2024, posso dizer com toda sinceridade que agora o novo prefeito me surpreendeu de vez! 


E surpreendeu positivamente! 


Sinceramente, nunca imaginei que ele fosse abraçar esta causa em favor da comunidade quilombola visto que decisões assim exigem coragem diante dos interesses imobiliários contrários numa localidade cuja terra é cobiçada por empresas que querem construir condomínios. 


Desse modo, considerando que o antecessor, o senhor Alan Campos da Costa, praticamente nada fez em seis anos pelos quilombolas de Santa Izabel e de Santa Justina, estou vendo acontecer já no terceiro dia de um governo que não elegi, por ter suposto erroneamente, na época, que seria uma continuidade. Felizmente, minha opinião estava equivocada. 


Portanto, parabenizo de pé o novo gestor Luiz Cláudio e também a toda comunidade quilombola contemplada, a qual vem lutando há muitos anos por dignidade em Mangaratiba. Afinal, o acesso á energia elétrica é um direito de importância constitucional, tratando-se de serviço essencial, e, por isso, não pode ser negado.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Permitir a defesa da ditadura jamais!


Sebastião Melo na Câmara de Porto Alegre - 📷: Reprodução/RBS TV


"Numa ditadura, não daria para fazer uma passeata pela democracia. Na democracia, você pode fazer uma passeata pedindo a ditadura" (Mário Sérgio Cortella)


Em seu discurso de posse, na última quarta-feira, o prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), disse que defensores da ditadura não devem ser processados porque isso, a seu ver, representaria "liberdade de expressão". 


"Eu quero que nesta tribuna e nas 6 mil casas legislativas municipais e no Congresso Nacional que um parlamentar ou qualquer um do povo que diga 'eu defendo a ditadura', ele não pode ser processado por isso, porque isso é liberdade de expressão".


A leviana fala foi recebida sob aplausos e vaias, logo após o chefe do Executivo ser empossado. E, na sequência, Melo argumentou que defensores do comunismo e do socialismo não merecem ser punidos.


Ao ler a notícia sobre esse fato no portal do G1, fiquei impressionado sobre a que ponto chegaram os atuais quadros do MDB, partido que, no passado, representou a resistência democrática ao regime militar. Aliás, a fala do prefeito de PoA vai totalmente contra o discurso histórico do saudoso Ulysses Guimarães quando a Assembleia promulgou a Constituição de 1988:


"Traidor da Constituição é traidor da pátria. (...) Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania onde quer que ela desgrace homens e nações. Principalmente na América Latina."


Sinceramente, desde que o MDB embarcou no golpe parlamentar contra a Presidenta Dilma Rousseff, desrespeitando a vontade popular do povo brasileiro expressa nas urnas, parece que o partido se degenerou de vez, ainda que isso não atinja a totalidade de seus quadros. Inclusive, o próprio Michel Temer, maior beneficiário do impeachment em 2016, certamente não seria capaz de tratar uma traição à pátria como um mero exercício da liberdade de expressão.


Assim como o racismo é considerado crime inafiançável e imprescritível, por força da Constituição, não seria forçado afirmar que o mesmo se aplica à defesa da ditadura assim como ao nazifascismo.


Sabemos que, inicialmente, não havia menção ao nazismo na nossa legislação, que era destinada principalmente ao combate do racismo sofrido pela população negra. Apenas em 1994 e 1997 é que foram incluídas as referências explícitas ao nazismo, por projetos de lei apresentados por Alberto Goldman e Paulo Paim.


Fato é que o direito à liberdade de expressão não engloba a apologia da ditadura e nem do nazismo. Lembremos, pois, da ocasião em que o Supremo Tribunal Federal, em 2003, julgou o caso do escritor gaúcho Siegfried Ellwanger Castan, quando este publicara uma série de obras que negavam o Holocausto judeu, sendo que uma delas foi intitulada 'Holocausto Judeu ou Alemão?'. Tratou-se, portanto, do primeiro condenado definitivo por antissemitismo na América Latina.


Desse modo, o STF, ao negar habeas corpus mantendo a pena do escritor, decidiu que "escrever, editar, divulgar e comerciar livros fazendo apologia de ideias preconceituosas e discriminatórias contra a comunidade judaica constitui crime de racismo sujeito à inafiançabilidade e imprescritibilidade". Além disso, a Corte concluiu que "o preceito fundamental de liberdade de expressão não consagra o direito à incitação ao racismo, dado que um direito individual não pode constituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra":


"No estado de direito democrático devem ser intransigentemente respeitados os princípios que garantem a prevalência dos direitos humanos. Jamais podem se apagar da memória dos povos que se pretendam justos os atos repulsivos do passado que permitiram e incentivaram o ódio entre iguais por motivos raciais de torpeza inominável"


Portanto, diferente do que defendeu de maneira superficial o prefeito da capital gaúcha, qualquer um que ouse fazer apologia à ditadura merece ser tratado como um criminoso e traidor da pátria. Afinal, tal indivíduo está afrontando o Estado democrático e precisa ser punido sob os rigores do nosso ordenamento jurídico.


Que o MDB não fique inerte diante do que o prefeito de Porto Alegre falou de maneira bem explícita em seu discurso de posse e não permita que os ideais de Ulysses Guimarães sejam esquecidos por novas gerações de políticos sem consciência histórica que muitas das vezes fazem da agremiação uma legenda de aluguel.


Ulysses Guimarães com a Constituição de 1988

Ditadura nunca mais!

Apenas saudando o dia



Uma excelente quinta-feira, pessoal! 

Que hoje seja um dia de renovação e de muitas conquistas. 

Que também possamos enfrentar todos os desafios com coragem e determinação. 

Contudo, nunca esqueçamos de ser gratos pelas coisas boas que a vida nos oferece e de aproveitar cada momento como se fosse único para então encontrarmos a felicidade em cada pequeno gesto aprendendo a enxergar o mundo com os olhos do coração.

Que sempre estejamos desejando um bom dia, ainda que ninguém nos responda, lembrando que hoje também pode ser Natal...😘🌹 


📷: O Jardim de Isabel / Facebook 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Juntos por Mangaratiba


Posse do prefeito, vice e vereadores


Estive na tarde desta quarta-feira (01/01/2025), prestigiando a posse do prefeito Luiz Cláudio, do vice-prefeito Lucas Venito, e dos treze vereadores de Mangaratiba numa cerimônia ocorrida no Centro da cidade, ao lado da histórica igreja de Nossa Senhora da Guia. Por causa do trânsito nessa época de início de ano, preferi chegar umas duas horas antes, embora já tivesse algumas pessoas por lá.

Pode-se dizer que é mais um ciclo que se inicia no Município através de um novo governo que terá muito trabalho para resolver as demandas coletivas mais emergenciais. E, certamente, não será nada fácil ainda mais nos primeiros meses do ano.

Ainda ontem (31/12/2024), no apagar das luzes, o prefeito anterior, Alan Campos da Costa, sem respeitar o critério de antiguidade e a ordem de prioridade dos pedidos de pagamento de resíduos salariais, converteu períodos de férias e de licença prêmio em pecúnia de inúmeros servidores, conforme divulgado na edição número 2194 do Diário Oficial do Município, enquanto vários aposentados e ex-servidores aguardam até hoje nas vias administrativas ou na Justiça o seu décimo terceiro proporcional e férias proporcionais com o terço constitucional a mais. Sem contar que os comissionados exonerados da Prefeitura no dia 20/12 ainda nem tinham recebido o salário de dezembro que, segundo a nossa Lei Orgânica, deve ser adimplido até o quinto dia deste mês.

Desse modo, o desafio do novo governo será também o de colocar em dia as finanças da Administração Municipal. Até porque há inúmeras dívidas vencidas, determinações judiciais para que haja a implantação do piso do magistério estabelecido pelo MEC, reivindicações de funcionários quanto à criação de um plano de cargos, carreiras e salários específicos das suas categorias, dente outras medidas capazes de gerar despesas.

Todavia, pude perceber que a população presente no evento se mostrou confiante e entusiasmada. Até aqueles que apoiaram a chapa adversária de Luiz Cláudio, mas compareceram ao evento, se mostraram motivados com a mudança no comando da gestão.

Agora o momento é de união da cidade pela busca do bem comum. Isto é, população, gestores e vereadores estarem juntos para construirmos uma Mangaratiba melhor.


Discurso do prefeito na cerimônia de posse


Momento que cheguei horas antes do evento 

Registro da presença na sessão solene 

Vamos com tudo!

Uma rosa branca para celebrar o primeiro dia do ano!



A rosa branca, com sua aparência imaculada e aura de mistério, tem fascinado pessoas ao redor do mundo por séculos. Ela não é apenas uma flor de beleza estonteante, mas também carrega consigo uma riqueza de significados e simbolismos. 

Um desses significados tem a ver com espiritualidade e, por isso, ela pode ser usada para expressar sentimentos de reverência e admiração. 

Além do mais, a rosa branca representou a resistência ao nazismo durante a Segunda Guerra Mundial, quando um grupo de estudantes alemães formou uma organização contra a violência, espalhando mensagens de paz e de liberdade por meio de panfletos e grafites. 

Outrossim, a rosa branca pode ser usada como um símbolo de novos começos. Isto porque a ela se torna perfeita para celebrar uma nova jornada ou capítulo na vida como o início deste ano de 2025, em que possamos cultivar a esperança pelo fim das guerras, como na Ucrânia e no Oriente Médio, bem como gestões mais eficientes nas cidades brasileiras, com a posse dos prefeitos eleitos em outubro de 2024 e a inauguração de novos projetos pessoais para casa um de nós.


Integrantes da organização Rosa Branca

Portanto, desejo a cada leitora ou leitor do meu blogue um feliz ano novo e que possamos dedicar esse dia para o cultivo da paz, da espiritualidade e nos permitindo sonhar com um futuro melhor para todas e todos.