Hoje é celebrado o Dia do Armistício!
Trata-se de uma comemoração do fim simbólico da Primeira Guerra Mundial em 11 de novembro de 1918. Isto porque a data relembra o Armistício de Compiègne, assinado entre os Aliados e o Império Alemão, em Compiègne, na França, pelo fim das hostilidades na Frente Ocidental, o qual teve efeito às 11 horas da manhã — a undécima hora do undécimo dia do undécimo mês.
Todavia, a paz nem sempre chega através de um documento assinado pelas autoridades e ela precisa ser buscada através da conduta compromissada de todos. Por isso, apesar de esta data oficial ter marcado o fim daquela sangrenta guerra, refletindo no cessar-fogo na então Frente Ocidental, as hostilidades ainda continuaram por mais tempo em outras regiões, especialmente por entre o Império Russo e partes do antigo Império Otomano.
Atualmente, temos vivido num mundo em que a paz predomina na maioria das regiões do planeta, porém as coisas andam tensas em todos os continentes. Muitos tratados assinados nos anos 70, 80 e 90 já não estão mais valendo e o risco de haver uma Terceira Guerra ainda nesta década, ou na próxima, continua sendo real.
A fim de evitarmos uma escalada nos conflitos, precisamos mais do que nunca resgatar a cultura pacífica que a geração anterior tanto se esforçou em levar adiante, a qual derrubou o muro de Berlim, rasgou com as cortinas de ferro na Europa do Leste e pôs fim à URSS, tornando a Rússia aberta à economia de mercado por cerca de 30 anos, até o começo desta década.
Também foi esse o desejo de paz que possibilitou ao então presidente dos EUA, Bill Clinton, celebrar tratados entre Israel e Palestina e também de Israel com a Jordânia nos anos 90. Contudo, no tumultuado Oriente Médio, o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin estava bem à frente de sua época e terminou a vida sendo assassinado por um extremista do próprio povo judeu.
Cá no Brasil, país que, desde o século XIX, não enfrenta uma guerra em seu território (felizmente), tendo sido a sua última participação efetiva na campanha da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, precisamos estar atentos quanto aos riscos de formação de novos conflitos internos e externos. Daí ser necessário todos evitarmos qualquer radicalização na política e não permitirmos que o país fique dividido por nada.
Neste sentido, as eleições, sejam elas gerais ou municipais, devem servir para unir uma sociedade e não dividi-la. Daí aceitar o resultado de uma votação, mesmo contrária aos nossos interesses, torna-se indispensável para que haja uma coexistência pacífica entre os diferentes.
Jamais justificará que alguém perca a sua amizade por causa de política. E, se o seu parente votou no candidato "A" e você preferiu o candidato "B", não deixe que a divergência prejudique o seu Natal e/ou os festejos de final de ano em família.
Como nem sempre os principais atores políticos estão empenhados na pacificação do mundo, resta às demais lideranças da sociedade cooperar na realização desse elevado propósito pela permanente promoção do bom diálogo, o que requer uma postura proativa de sacerdotes, professores e influenciadores de mídia, por exemplo.
A paz é muito mais do que um armistício!
Ótima segunda-feira, pessoal, e que a paz conduza sempre os nossos corações.
📷: Capa do jornal O Paiz no dia 12 de novembro de 1918. Cuidava-se de um periódico matutino publicado no Rio de Janeiro, de 1 de outubro de 1884 até a Revolução de 1930, fortemente associado com os movimentos pela deposição da monarquia no Brasil, o abolicionismo e com o Partido Republicano. Com sede na Rua do Ouvidor, foi nos seus primeiros anos comandado por Rui Barbosa, enquanto pertencia ao português João José dos Reis Júnior, tendo perdurado com diferentes donos e administrações, todas marcadamente áulicas aos governos vigentes, durante toda a República Velha.
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