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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Abraão, o pai do diálogo entre as religiões


"Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; abençoou ele a Abrão e disse: 'Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos'. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo." (Gênesis 14.18-20; ARA)

Abraão é um personagem bíblico honrado pelas três principais religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. É tido como sendo o "pai da fé" e também pai natural e adotivo de muitos crentes no Deus único, visto que, nele, "são benditas todas as famílias da terra" (toda a humanidade).

Os árabes julgam-se descendentes do patriarca hebreu por intermédio do seu primeiro filho, Ismael. Os judeus, através de Isaque e Jacó. E os cristãos, por adoção, uma vez que creem em Deus através do judeu Yeshua ben Yosef, ben David e ben Avraham ("Jesus filho de José, filho de Davi e filho de Abraão"), cuja genealogia encontra-se logo no início do Evangelho de Mateus.

Apesar da vinculação de Abraão ao monoteísmo, percebo nele uma figura messiânica anterior a Jesus (uma das inúmeras tipologias de Cristo e também de Israel), o qual, viajando para uma nova terra, estabelece excelentes relações de amizade com os povos que nela habitavam - os cananeus.

Na passagem bíblica citada acima, após ter Abraão derrotado os povos invasores que tinham feito prisioneiro os moradores de Sodoma, cidade perversa onde morava o seu sobrinho Ló, surge uma curiosa figura trazendo pão e vinho ao patriarca, o qual para muitos teólogos seria um ser misterioso. Trata-se, pois, de Melquisedeque (Malki-Tsédec), cujo nome significa rei (Mélech = Malki) de justiça (Tsédec).

Há inúmeros mitos criados em torno de Melquisedeque. Sábios judeus identificaram-no como sendo Sem, um dos filhos de Noé, o qual teria se tornado contemporâneo de Abraão e vivido ainda mais do que o patriarca devido á sua extraordinária longevidade. Já a teologia cristã entende que Melquisedeque não apenas foi uma tipologia de Jesus Cristo como pode ter sido uma aparição precoce do Messias. Ou seja, uma teofania (ou cristofania). E fazem isto através de uma interpretação da anônima Epístola aos Hebreus do Novo Testamento onde o autor menciona-o como sendo alguém maior do que Abraão (Hb 7.7).

Contudo, prefiro me contentar em ver Melquisedeque como mais uma das tipologias do Messias, considerando-o como um dos inúmeros reis cananeus e que adorava a El Elyon (o "Deus Altíssimo"). Pois prefiro tentar mergulhar no ambiente dos tempos de Abraão e tentar imaginar como seria aquela terra cheia de Cidades-Reinos, com economia agropecuária, comércio entre os povos (Canaã deveria fazer parte de uma rota entre o Egito e a Mesopotâmia) e culto a diversos deuses.

Assim, El Elyon era considerado a divindade suprema dentro de panteão cananeu, tido como o criador dos céus e da terra e que, obviamente, teria criado também os outros deuses cultuados por aqueles povos. Logo, não posso descartar a hipótese de que Melquisedeque fizesse parte de um ambiente politeísta ainda que fosse sacerdote do Deus Supremo.

Lamentavelmente, as tradições monoteístas, principalmente o islamismo e o cristianismo, resolveram declarar guerra santa ao politeísmo, ao invés de compartilharem com os povos pagãos a proposta evangélica de construção do Reino de Deus aqui na Terra. Tão logo o catolicismo tornou-se a religião oficial do Império Romano, no século IV da era comum, os cristãos passaram a perseguir as outras religiões, bem como os judeus e ainda aqueles irmãos considerados "hereges" que não se enquadravam na doutrina dominante da Igreja. E há historiadores que consideram as perseguições dos séculos IV e V piores do que a Inquisição, motivo pelo qual temos tão somente resquícios do que foi o mundo antigo, com templos e bibliotecas destruídos, com colunas derrubadas e estátuas mutiladas.

Igualmente, o islamismo foi extremamente radical em relação aos pagãos politeístas, condenando-os ao fogo da Geena (o "inferno") ainda que o Alcorão tenha deixado dúvidas sobre a possibilidade de salvação dos cristãos e judeus (o "povo do livro"). E há versos que chegam a ordenar uma "guerra santa" contra os incrédulos que adoram outros deuses:

"Com exceção dos idólatras com quem firmastes uma aliança e que não vos têm faltado nem têm secundado outros contra vós. Respeitai vossos compromissos para com eles até o fim do prazo. Deus ama os homens de bem. Mas quando os meses sagrados tiverem transcorrido, matai os idólatras onde quer que os encontreis e capturai-os e cercai-os e usai de emboscadas contra eles. Se se arrependerem e recitarem a oração e pagarem o tributo, então libertai-os. Deus é perdoador e misericordioso." (Sura 9.4-5; tradução de Mansour Challita) - o destaque é meu

Ainda hoje, aqui no Brasil, tem-se visto muitos grupos evangélicos promovendo atitudes de intolerância contra as religiões afro, sendo incapazes de estabelecer o diálogo. Através de "testemunhos" (ou "tristemunhos") transmitidos nas rádios e programas passados em suas emissoras de TV, palavras incitadoras de sectarismo e demonização são proferidas contra os seguidores da umbanda e do candomblé, como sendo pessoas más e que fazem "trabalhos" vingativos contra o próximo por razões de inveja ou ciúme.

Ora, mas será que entre evangélicos e praticantes das religiões afro-brasileiras só existem diferenças?

Esta semana, ao pesquisar sobre Olorum na internet, descobri uma oração num site sobre umbanda que se assemelha bastante ao que eu também falo a Deus, a quem chamo de Senhor ou de Eterno através do nome de Jesus:

"Olorum, meu Deus, criador de tudo e de todos. Poderoso é o vosso nome e grandiosa e vossa misericórdia.
Em nome de Oxalá, recorro a vós nesse momento, para pedir-lhe a benção durante meu caminhar rumo a vossa Vontade.
Que Vossa Divina Luz incida sobre tudo que criaste.
Com Vossas mãos retirem todo mal, todos os problemas e todos os perigos que estejam em meu caminhar.
Que as forças negativas que me abatem e que me entristecem, se desfaçam ao sopro de Vossas bênçãos.
Que o Vosso poder destrua todas as barreiras que impedem meu progresso rumo a Tua verdade.
E que Vossas virtudes penetrem e meu espírito dando-me paz, saúde e prosperidade.
Abra Senhor os meus caminhos, que meus passos sejam dirigidos por Vós para que não tropece em minha caminhada.
Assim seja! Salve Olorum!
Em nome de Oxalá, recorro a vós nesse momento, para pedir-lhe a benção durante meu caminhar rumo a vossa Vontade.
Que Vossa Divina Luz incida sobre tudo que criaste.
Com Vossas mãos retirem todo mal, todos os problemas e todos os perigos que estejam em meu caminhar.
Que as forças negativas que me abatem e que me entristecem, se desfaçam ao sopro de Vossas bênçãos.
Que o Vosso poder destrua todas as barreiras que impedem meu progresso rumo a Tua verdade.
E que Vossas virtudes penetrem e meu espírito dando-me paz, saúde e prosperidade. Abra Senhor os meus caminhos, que meus passos sejam dirigidos por Vós para que não tropece em minha caminhada.
Assim seja! Salve Olorum!"
(extraído de http://estudodaumbanda.wordpress.com/2008/03/18/2-%E2%80%93-olorum-deus-o-criador/)

Pois bem. Para a tradição dos Iorubás, a qual é bem presente na Bahia, Olorum seria o dono dos céus, a divindade suprema que não tem representações, nem altares e nem sacerdotes, sendo absolutamente transcendente. Ou seja, seria o Deus Criador do Universo, Pai de todos nós. E daí a frase "KOSI OBA KAN AFI OLORUN", o que significa "Não há outro senhor senão Deus", um reconhecimento da soberania e da supremacia do Eterno, ainda que não seja nenhuma afirmação que possamos considerar como monoteísta (mesmo que muitos umbandistas digam crer num Deus só, o candomblé é inegavelmente politeísta ao considerar os orixás como deuses).

"Todo o povo yoruba acredita em um Deus universal, criador e guardião de todas as coisas, a quem, em geral denominam Olorun (O-li-orun), proprietário ou senhor do céu. Algumas vezes dão-lhe outros nomes, como Olodumare, aquele que sempre é justo, Oga-Ogo, o glorioso que é elevado, Oluwa, Senhor." (Reverendo T.J.Bowen - 1845)

E da mesma maneira poderíamos dizer a respeito de Allah, divindade suprema da Arábia pré-islâmica, tendo se tornado o único Deus adorado pelos árabes depois deles terem se tornado muçulmanos. Seu nome significa "O Deus" (Al-lah), sendo que, por ser o árabe uma língua semita, Lah viria da mesma origem da palavra El em hebraico, apesar de judeus e muçulmanos viverem em conflitos hoje em dia na Palestina.

Todavia, a história sobre Abraão contada pela Bíblia foi bem diferente do que muitos dos que dizem ser seus filhos fizeram (e ainda fazem) com as demais religiões e também entre si. Pois, habitando em terra estranha, onde seus moradores adoravam deuses diferentes (os "orixás" daquela época), o patriarca conviveu numa boa com seus vizinhos, dormindo em paz na sua tenda e apoiando-os contra a invasão estrangeira dos reis que teriam vindo da Mesopotâmia para guerrearem contra Canaã. E o mais interessante de tudo foi que Abraão ofertou parte de seus bens a um sacerdote dos cananeus, tendo reconhecido no Deus Supremo deles o seu El Elyon (seria como eu ir para uma terra onde só houvesse praticantes das religiões afro-brasileiras e desse o meu dízimo para um "pai-de-santo" que fosse um justo e pacífico adorador de Olorum).

Sendo assim, pra que tanta intolerância e sectarismo em relação às religiões afro-brasileiras?! Por que muitas "igrejas" e "pastores" ainda demonizam tanto as tradições culturais trazidas pelos negros escravos?

Que os cristãos brasileiros possam seguir os verdadeiros passos de Abraão e sejam verdadeiramente iluminados por Deus para que consigam compartilhar a mensagem salvadora do Evangelho com sabedoria, procurando os pontos de contato com as demais religiões ao invés de se sentirem como os exclusivos adoradores que buscam Deus.


OBS: A ilustração acima refere-se ao quadro "O Encontro de Abraão e Melquisedeque" do pintor holandês Dirck Bouts (ou Dieric Bouts, o Velho) que viveu no século XV. Acredita-se que a obra seja datada entre os anos de 1464-1467.

31 comentários:

  1. excelente a sua abordagem. com todo certeza, o mitico abrãao era politeísta. mas no desenvolvimento da fé javista, ele foi colocado em canaã como justificação para as guerras de conquista do povo hebreu, como se deus tivesse dado aquela terra para eles.

    tudo isso é o arcabouço mitológico do provável fato histórico das levas de "hibirus" que saíram do egito e entraram em canaã.

    as religiãos monoteístas são as mais intolerantes com a fé alheia, visto que as três se acham a detentora da verdade e do único deus verdadeiro.

    que eles atentem para isso e busquem de novo as raízes da convivência pacífica do seu ancestral abraão.

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  2. Num sei cara, parece que esse negócio de "militância religiosa cristã" deve ser metafísico!?!?!?

    Acho que não! Deve ser filho da física quântica: "NANO CÔNSCIÊNCIA".

    É aquele troço esquisito, "EU na trincheira de cá armado da Bíblia munido de versículos", e os "mundanos hereges" do lado de lá tentando se defender indefesos!!!KARAKA MEU!!!Isso é cruzada!Cruz credo!!!

    Se é pra dizimar, prefiro dar na mão de um pai de santo coerente e ético que empregue em obra social, do que nas patas de muitos vigaristas evangélicos!

    Precisamos nos desarmar, e mostrar o evangelho ao mundo sem essa mentalidade de "incursão" no terreno do inimigo, essa coisa idiota "vamos saquear o inferno", o que significa manipular com a Bíblia a crença do outro para que ele faça adesão a minha religião.

    É dose pra leão...

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  3. Prezado Edu,

    Apesar das invencionices extra-bíblicas que escreveram sobre Abraão, pode-se verificar na Torá que o patriarca teve uma convivência harmoniosa com os povos daquela terra.

    Particularmente eu creio que Deus desejou dar Canaã aos filhos de Israel. Porém, diz a Torá que, nos tempos de Abraão, o pecado dos cananeus ainda não tinha extrapolado os limites.

    Analisando por outro ângulo e acolhendo os valores daqueles tempos, a conquista de Canaã pelos hebreus, em época bem posterior ao personagem Abraão, foi uma questão de necessidade.

    Já li que, há 10 mil anos, todo o planeta já estava povoado em suas áreas habitáveis, ainda que tivesse uma população menor e controlada pelas condições ambientais. Então, não havia outro jeito. Era invadir Canaã, ou permanecer no deserto, ou voltar ao Egito.

    Todavia, Israel soube respeitar os limites dos outros povos. Tanto os edomitas, quanto os moabitas e os amonitas não foram invadidos. E a Torá não idealizava que os israelitas fossem donos de um império, mas tão somente tivessem uma terra para o suprimento de suas necessidades.

    Quando, porém, falamos nas religiões monoteístas, devemos compreender que existem diferenças entre elas e que, no caso do judaísmo, é apenas uma religião nacional do povo israelita, sem um universalismo tão forte como no islamismo ou no cristianismo. Então, os judeus jamais tiveram por objetivo impor aos outros povos a religião, mas apenas proclamar o Shemá e compartilhar as bênçãos da Torá.

    Já o cristianismo, eis que, no começo, havia uma grande pluralidade de pensamentos. Se você pegar o Evangelho de Tomé, por exemplo, encontrará menos proselitismo.

    Segundo a historiadora Elaine Pagels, autora do livro "Além de Toda Crença", o Evangelho de João teria sido uma reação ao Evangelho de Tomé. Segundo ela, o 4º Evangelho teria sido a expressão de uma comunidade cristã profundamente sectária que que demonizava os judeus por estes não admitirem Jesus como sendo o Messias.

    Observa-se também que, no 4º Evangelho, a figura de Tomé é estigmatizada como um discípulo incrédulo, o que pode ter sido uma maneira de desautorizar a interpretação assaz diferente que TO traçava sobre Jesus.

    Em TO, Jesus aparece incentivando os discípulos à autonomia da busca pela Verdade, sem que estivessem presos necessariamente a ele. Já a comunidade autora de JO teria sido contrária a esa ideia quando afirmou a divindade de Jesus e a dependência dele para o homem encontrar a salvação.

    Lamentavelmente, no século IV, o catolicismo tornou-se a religião oficial e os papas deletaram muita coisa das origens do cristianismo. Assim, pouco se sabe acerca do que aconteceu nos primeiros séculos da era comum.

    Enfim, o problema não está no monoteísmo, mas sim na intolerância religiosa.

    Abraços.

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  4. Franklin!

    Tô contigo, brother! Dar minha oferta nas mãos desses "pastores" safados, nem pensar!

    Concordo que até hoje o cristianismo vive a sua cruzada e muitos cristãos nem percebem isto. Aliás, acham que estão agindo corretamente quando resolvem adotar uma postura anti-universalista. Ou então quando aplicam um universalismo proselitista e massacrante, tal como tentaram impor os gregos quando dominaram a Palestina antes de Jesus através do helenismo.

    Infelizmente, as sementes do helenismo contaminaram a cristandade desde os primeiros séculos e a reforma protestante não foi capaz de se livrar deste "fermento".

    Cada vez mais chego à conclusão de que precisamos redescobrir o Evangelho e compreendermos o que significa evangelizar.

    Grande abraço!

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  5. Em tempo!

    Na Bahia, há projetos sociais desenvolvidos em terreiros de candomblé que podem ser muito mais confiáveis do que outros desenvolvidos por "igrejas". O Anthony Garotinho daqui do Rio que o diga...

    Valeu!

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  6. Gostei! Sou Cristã , evangélica procuro aprender de Jesus não de homens.
    Minha vida de missionária é prática "mão na massa", por isto vou ficar aqui porque me agradei deste estudo.
    Há vale dizer que quem indicou foi o Edu., rs,rs

    Paz que Jesus vos abençõe

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  7. Interessante:

    Na história de Abraão há um deus prometendo: "Tudo isto será teu..."

    Na história do Cristianismo, há um diabofazendo a mesma promessa: "Tudo isso será teu..."

    É, o velho ditado que diz que o pecador e o santo vivem sempre trocando de lados

    (kkkkkkkk)

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  8. Bella,

    Muito obrigado por sua visita, mana!

    A compreensão da outra religião e da outra cultura torna-se fundamental antes de colocarmos a mão na massa.

    Há anos tenho feito a indagação sobre como evangelizar outros povos que ainda não conhecem a Cristo? E, mais recentemente, tenho chegado a me perguntar sobre o que é evangelizar?

    Minha conclusão tem sido justamente a de que ainda precisamos entender melhor do que se trata o Evangelho que tanto falamos nas nossas igrejas.

    Pode-se tentar dizer que mensagem de Jesus, dirigida ao povo judeu, baseou-se na proclamação de boas novas (ou boas notícias) visando a construção do Reino de Deus aqui na Terra, no meio dos homens.

    Infelizmente, por anos, as igrejas apegaram-se a uma ideia proselitista de Evangelho, como se tudo se resumisse a trazer novas pessoas para os templos, confessando ser Jesus o Senhor da vida delas e, desta maneira, terem os nomes inscritos no Livro da Vida para então, finalmente, entrarem no céu depois que morrerem (ou quando Jesus voltasse). E aí por muito tempo em me iludi achando que, se cada pessoa no mundo ouvisse que o salvador é Jesus, o fim dos tempos chegaria.

    Contudo, tenho percebido que a tarefa é muito mais árdua do que imaginamos e que talvez não venham a ocorrer tantas interferências sobrenaturais para que o mundo seja transformado. Logo, a tarefa da Igreja de Cristo é uma missão de certo modo política e que não pode fazer uso das armas do mundo como a força física, a coerção psicológica, o marketing, o sentimentalismo, o apelo às emoções, etc.

    A conclusão a que chego é que precisamos conscientizar as comunidades sobre seus direitos, mobilizá-las para enfrentarem de um modo pacífico a tirania, não servirem de marionetes para a mídia, aperfeiçoarem-se eticamente, proporcionarem uma evolução da cultura sob uma visão libertadora, mudarem velhos e arcaicos paradigmas, etc. Logo, a confessionalidade, por si só, perde sua eficácia em face deste enorme e gigantesco desafio, o qual inclui a desconstrução de tudo aquilo que lobos disfarsados de pastores têm pregado até aqui por muitos séculos.

    Neste sentido, creio que o nosso cotnato com outros povos, culturas e religiões diferentes poderá se tornar algo extremamente proveitoso. Pois, sem dúvida que podemos aprender com o budista, com o taoísta ou com um judeu (eu mesmo tenho tentado ser um estudioso amador do judaísmo). E aí, neste dialogo, não podemos achar que a nossa versão é que estará semrpe certa porque, sem dúvida, Deus poderá usar o outro para nos impactar e transformar tal como aconteceu na experiência de Pedro narrada em Atos dos Apóstolos quando foi até à casa de Cornélio e depois com a conversão do apóstolo Paulo no caminho de Damasco.

    Que Deus te abençoe, minha irmão, e volte mais vezes.

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  9. Levi,

    Interesante o seu questionamento...

    Já reparou que o metódo de Deus inclui a adoção de um caminho bem mais estreito e difícil do que as tolas promessas do diabo?

    Pois, no caso de Abraão, ele apenas foi dono de uma sepultura na terra de Canaã e ainda ouviu de Deus que a sua descendência seria escrava no Egito antes de possuir a Eretz Yisrael.

    No caso da tentação de Jesus pelo diabo, Satanás propõe dar ao Filho de Deus todos os reinos do mundo se o Messias lhe adorasse prostrado.

    Neste caso, o trajeto não pareceria mais fácil para o ministério de Jesus?!

    Pois imagine o quanto ele eliminaria de tarefas?! Não precisaria ir pra cruz, nem proclamar o Evangelho, nem discipular, nem arriscar-se com uma futura corrupção da Igreja e uma mitologização de sua imagem, etc.

    Porém, Jesus submeteu-se à vontade do Pai e não de Satanás. Morreu na cruz depois de ter sido traído por Judas e abandonado por toddos os seus discípulos. E, finalmente, teve que contar conosco, pessoas fracas e cheias de falhas, para que completemos a sua obra e levemos o mundo a uma nova consciência.

    Assim como Jesus, muitas vezes sou tentado a fazer o mesmo. Sou tentado a resolver meu problema e me submeter a este sistema político corrupto, visto que, neste momento, eu poderia estar assessorando alguma autoridade safada, fazendo coisas erradas e inventando alguma mentira marketeira para me dar bem nas próximas eleições.

    Só que, entre a proposta de Deus e a do diabo, é melhor obedecermos ao Pai, não deixando de crer que o futuro será melhor e que nós poderemos contribuir para ele.

    Abração!

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  10. Rodrigo, li tudo e vejo que tudo são suposições como eu já esperava.

    " E o mais interessante de tudo foi que Abraão ofertou parte de seus bens a um sacerdote dos cananeus, tendo reconhecido no Deus Supremo deles o seu El Elyon."

    Gostaria de saber quem foi este sacerdote a quem Abraão ofertou?

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  11. Interessante Rodrigão que eu tentei manter amizade aqui na net com várias pessoas de religiões africanas e nenhuma delas, conseguiu levar adiante a amizade e não foi porque eu estava atacando a religião deles, muitos me tratavam com carinho, mas um chegou a me dizer que eu estava perturbando ele. Ele estava fazendo a cabeça e o que estava em mim com certeza era forte demais para ele suportar.

    Volto a lhe dizer lê é uma coisa vivenciar é outra...

    Deus nos ilumine! Beijo amigo.

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  12. Uma tia minha, inocentemente, se debruçou na janela de um centro espírita, ela era evangélica, e eles estavam invocando um espírito, simplesmente o espírito não conseguiu baixar e o receptor, pediu ´para que ela se retirasse... Por que será?

    Por que será que um espírito que tomou uma senhora, ao me ver ordenou ao marido da mulher que levasse ela dali imediatamente?

    Tenho tantas experiências neste sentido. Amá-los, é meu dever, mas não me deixar enganar com a aparências... A sujeira de muitos líderes evangélico não justifica minhas escolhas equivocadas.

    Deus nos ilumine!!!

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  13. rodrigo, concordo que o judaísmo nunca foi universalista como cristianismo e islã. mas a tendência das religiões monoteístas é serem mais intolerante com as outras, pois acreditam servir ao deus verdadeiro, isso me parece óbvio.

    ou seja, a crença produz a intolerância.

    quanto a sua crença que deus deu canaã para os hebreus, historicamente, eu tenho que discordar. isso só é verdade na concepção religiosa deles. eu não acredito em "povo escolhido".

    quanto ao evangelho de joão, vejo possibilidiades da tese ser verdadeira.

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  14. gui, está claro o que acontece. você tem deus em você e eles, tem o capeta dentro deles. simples, não? essa é a única resposta possível...

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  15. Gui,

    Mal sabemos quem foi este Melquisedeque do qual o capítulo 14 de Gênesis fala e há quem entenda que se trate de um relato de inserção posterior. Porém, este detalhe a a Teoria Documentária sobre a formação da Torá não vêm ao caso. O que me importa é que o mito está lá na Bíblia e quero dar a ele a melhor interpretação, assim como fez o autor da Epístola aos Hebreus quando usou a figura de Melquisedeque para ilustrar um sacerdócio superior ao dos descendentes de Aarão, em que Abraão, bisavô de Levi (tribo da qual veio o irmão de Moisés), pagou seu dízimo a quem seria uma tipologia do Messias.

    Se Melquisedeque era uma teofania, acho pouco provável. Pra mim. ele era rei de uma daquelas Cidades-Estado de Canaã, mas que adorava ao Deus Supremo, o qual sabemos ser o Deus Único e Verdadeiro. E olha que interessante! Um cananeu acabou virando uma tipologia de Jesus!

    Eu concordo com você de que existem muitas pessoas vivendo oprimidas dentro do espiritismo assim como nas religiões em geral. E aí está o nosso dever de comunicar a elas um evangelho libertador. E precisamos ser sábios, aproveitando os pontos de contato possíveis tal como fez nosso mano Paulo quando pregou aos atenienses (Atos 17.16-31) começando a falar sobre o altar "AO DEUS DESCONHECIDO" (v. 23)

    Pense nisto, minha irmã! Não estou dizendo que con cordo com o espiritismo ou com as práticas das religiões afro-brasileiras (considero abomináveis aqueles sacrifícios de animais). Somente quero que o povo de Deus compreenda melhor o que significa o Evangelho de Jesus.

    Abraços.

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  16. "a crença produz a intolerância" (Eduardo)

    Meu brother, neste ponto hei de discordar de você.

    É uma afirmação que não pode ser generalizada.

    Aliás, não acho que a crença seja a causa da intolerância, mas penso que aquela possa muito bem servir como justificativa desta. Ou seja, um sujeito intolerante e com ambições de poder, faz do discurso religioso um combustível para os seus propósitos malignos, conforme podemos ver nos inúmeros exemplos da História.

    A respeito dos hebreus, entendo que eles não tiveram outra alternativa naqueles tempos senão conquistar Canaã. E creio que Deus interage com os homens conforme os valores pos estes adotados em sua geração, sendo que Deus não se prende à nossa moral.

    Todavia, o mundo evolui e as coisas feitas no passado já não mais se justificam. Muitas delas foram escolhas humanas, ainda que a conquista de Canaã pelos hebreus seja para mim uma permissão divina tal como a invasão de Nabucodonosor séculos depois.

    Valeu aí pelos comentários!

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  17. Bom Rodrigo, quando eu não achar certinha uma história bíblica, eu posso dá minha interpretação para ela? rsrs

    Abraão foi sim a guerra, mas em busca do seu sobrinho em especial, e não aceitou do rei de Sodoma nenhum bem, porque ele tinha dignidade.

    Quanto a Melquisedeque, me chama muito atenção que ele tenha levado pão e vinho (corpo e sangue) e ainda mais Hebreus diz que ele não teve geneologia, claro que era uma figura celestial, como foram muitos anjos que apareceram a Abraão até para anunciar o nascimento de um filho, Isaque. Daí você dizer que ele ofertou a um deus cananeu, é ir longe na imaginação... rsrs

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  18. Oi, Gui.

    O certo é que não dá para afirmarmos com certeza quem teria sido este personagem que aparece uma única vem em Gênesis e num texto que, segundo os eruditos, parece ser procedente de uma tradição posterior às demais que compõem a Torá.

    Existem várias maneiras de se interpretar e manejar um texto. Uma delas é você se restringir ao que está lá escrito e não ir mais além do seu contexto. Outra seria manejá-lo de forma ilustrativa.

    No caso, redigi um texto, falando sobre Melquisedeque, voltado para o aspecto ilustrativo mesmo. Não tive nenhuma intenção de discutir as teses sobre teofanias, com base no que diz Hebreus, que é um texto do Novo Testamento. Restringi-me à visãod e Gênesis e levantei a suposição de que Melquisedeque seja um rei de Canaã.

    Assim como parte da doutrina cristã acredita ser Melquisedeque uma manifestação de Jesus antes de encarnar (pelo fato de ele pré-existir e ser considerado um ser divino ou Deus em carne), os judeus também construíram a ideia de que ele fosse o pré-diluviano Sem, um dos filhos de Noé, com base numa das cronologias aplicadas às idades longevas dos patriarcas.

    Para o texto que escrevi nada disto tem importância e tão pouco os eventuais questionamentos sobre o Bereshit ser uma fonte histórica ou totalmente lendário. Aliás, diga-se de passagem que, conforme dizem os sábios judeus, "a Torá tem setenta faces".

    Concordo em relação à integridade de Abraão. Temos muito o que aprender com este nosso pai.

    Abração!

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  19. Em tempo!

    Guiomar,

    Só complementando, quero aqui compartilhar algumas informações que acrescentam o nosso debate, ainda que indiferentes quanto ao tema tratado no texto. Na Bíblia de Jerusalém, encontrei o seguinte comentário ao capítulo 14 de Gênesis:


    "Este capítulo não pertence a nenhuma das três grandes tradições do Gênesis. Seu valor é apreciado muito diversamente. Parece ser composição tardia decalcada sobre outra mais antiga: os nomes dos quatro reis do Oriente têm formas antigas, mas não são identificáveis com nenhuma personagem conhecida, e historicamente é impossível que Elam tenha dominado sobre as cidades do sul do mar Morto e tenha tomado a frente de uma coalizão que teria reunido um rei amorreu (Amrafel), um rei hurrita (Arioc) e um rei heteu (Tadal). A característica artificial do relato é perceptível dos nomes dos reis de Sodoma e Gamorra: Bara e Bersa são os reis "maliciosos" e "maus", nova alusão do pecado das duas cidades. O relato quis ligar Abraão à grande história e acrescentar à sua figura uma auréola de glória militar."

    Continuando, a BJ faz ainda o seguinte comentário ao verso 18, o qual fala mais especificamente de Melquisedeque:

    "Segundo o Sl 76,3, a tradição judaica e muitos Padres identificaram Salém com Jerusalém. Seu rei sacerdote, Melquisedeque (nome cananeu. cf. Adonisedec, rei de Jerusalém, Js 10,1), adorava o Deus Altíssimo El 'Elyon, nome composto, cujos elementos são atestados como duas divindades distintas do panteão fenício. 'Elion é empregado na Bíblia (principalmente nos Sl) como título divino. Aqui (v. 22) El 'Elion é identificado com o verdadeiro Deus de Abraão. Melquisedeque, que aparece breve e misteriosamente na narração sagrada como rei de Jerusalém lugar que Iahweh escolheu mais tarde para nele morar - e como sacerdote do Altíssimo antes da instituição levítica, é apresentado pelo Sl 110,4 como figura de Davi, que é por sua vez figura do Messias, rei e sacerdote. A aplicação ao sacerdócio de Cristo é desenvolvida em Hb 7. A tradição patrística explorou e enriqueceu esta exegese alegórica, vendo no pão e no vinho trazidos a Abrão uma figura da Eucaristia, e até um verdadeiro sacrifício, figura do sacrifício eucarístico, interpretação esta acolhida na missa. Muitos Padres admitiram até que em Melquisedeque aparecera o Filho de Deus em pessoa. Aqui os vv. 18-20 poderiam ser posteriores ao resto do capítulo. Melquiseque é a imagem do sumo sacerdote de depois do Exílio, herdeiro das prerrogativas reais e chefe do sacerdócio, a quem os descendentes de Abraão pagam o dízimo."

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  20. Continuando...

    Agora, Gui, compartilho contigo uma interpretação judaica, bem ortodoxa e lendária, extraída dos comentários ao verso 22 do capítulo 14 de Gênesis quanto à Torá em português da Editora Sêfer, interpretada também com o apoio do Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov e Centro Educativo Sefaradi en Jerusalém:


    "Antes de Abrahão, houe núcleos isolados que permaneciam fiéis ao monoteísmo. Enoch (5:22) e Noé foram monoteístas. Nesta Parashá (porção semanal) encontramos a Malki-Tsédec, rei de Salém (Jerusalém), o qual era considerado sacerdote do Deus Supremo. Porém, Abrahão tinha algo mais que todos eles. A sua revolução contra o paganismo abriu à humanidade novos horizontes e proporcionou-lhe sagrados ideais. O patriarca Abrahão recebeu sobre si a sagrada missão, destinada a marcar o desenvolvimento do mundo das idéias e fundar as bases da crença no Deus único, aceitando de bom grado os sacrifícios que sua nobre carreira lhe impunha. E por isto, Abrahão passou a ser o pai do monoteísmo."

    Quanto à tradição interpretação também judaica de que Melquiseque tenha sido o patriarca Sem, filho de Noé, há uma discrepância enorme na cronologia hebraica. Veja que, se nos basearmos na tradução do texto massorético das nossas bíblias sobre Gênesis 11, tanto o Sem comoArfaxade, Salá e Éber teriam vivido nos dias de Abraão. E até Noé festava vivo quando Abraão nasceu e este tinha uns 58 anos quando seu decavô faleceu já que, após ter saído da arca, Noé ainda viveu uns 350 anos.

    Sinceramente, eu não descarto os posicionamentos do Edu de que talvez Abraão nem tivesse sido monoteísta. Há inúmeras lendas extra-bíblicas a seu respeito elaboradas tanto pelo judaísmo quanto pelo islamismo. No Livro dos Jubileus, um apócrifo judaico, "diz que Abraão, já aos catorze anos de idade, quando ainda residia em Ur dos caldeus com sua família, teria começado a compreender que os homens da terra haviam se corrompido com a idolatria adorando as imagens de escultura. Então Abraão não aceitou mais adorar ídolos com o seu pai Tera e começou a orar a Deus, pedindo-lhe que conservasse a sua alma pura do erro dos filhos dos homens e também a de seus descendentes." (Fonte artigo da Wikipédia em português sobre Abraão)

    Tanto o questionável texto da Bíblia quanto a literatura judaica posterior, como as lendas do Midrash e os comentários dos rabinos medievais, insistem em colocar Abraão como sendo um monoteísta. Dom Isaac Abravanel (1437-1508) ensinava que Abraão foi o quarto guardião de uma tradição oral secreta que teria começado com Adão e chegou até Moisés por intermédio de Kehat. Porém, devemos sempre observar que nenhum destes escritos ou interpretações são da época de Abraão. Pois, mesmo que considere o Pentateuco uma obra direta de Moisés (e não dos sacerdotes da época da monarquia davídica como defende a Teoria Documentária), ainda assim não vai poder negar que o texto foi redigido mais de 400 depois do patriarca.

    Minha sugestão, Gui, é que não fiquemos nos prendendo às fábulas. Eu respeito e, em parte, acolho muitas das interpretações feitas sobre Abraão e Melquisedeque, ainda que uma possa contradizer a outra. Isto porque entendo que o personagem Abraão de Gênesis corresponde a uma descrição mitológica e que nada tem a ver com a história da humanidade, mas que, nem por isto, deixa de ser relatos riquíssimos de significado. Por exemplo, esta passagem do capítulo 14, analisada tal como está ali, sem Hebreus 7 ou qualquer outro escrito posterior, é um dos melhores argumentos para se trabalhar o diálogo entre as religiões e o universalismo.

    E, se Abraão foi monoteísta ou politeísta, ou se, no começo era politeísta e depois veio a se tornar monoteísta, nada disto importa. Vale, contudo, é a maravilhosa visão que a Torá nos proporciona sobre a experiência do personagem com Deus, a qual não deixa de ser a descrição da experiência do crente, da pessoa que confia em Deus e caminha com o Eterno para além de suas próprias fronteiras..

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  21. Matou a pau Rodrigão! "a qual não deixa de ser a descrição da experiência do crente, da pessoa que confia em Deus e caminha com o Eterno para além de suas próprias fronteiras".

    O macumbeiro assim como demais adeptos de outras religiões estão inclusos nessa dinâmica que caracteriza a MULTIFORME GRAÇA DE DEUS de se fazer conhecido no interior do homem!

    Até o evangélico pode participar também desse insight da GRAÇA! rsrsrs

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  22. Olá Rodrigão, olha eu chegando no teu pedaço, ja sou tua seguidora a muito tempo e resolvi passar por aqui. Li tudo e olha tiro o chapéu pra minha amiga Guiomar, só não aprendem com ela quem não quer mesmo. Gui tu é uma benção mana, não joga conversa fora e nem perde oportunidades. Rodrigão volto depois com mais calma pra gente debater, rsss
    paz querido!

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  23. Concordo contigo, Franklin!

    E o que colocou, sobre a inclusão de pessoas de outras religiões na graça, dá um ótimo artigo. E eu encorajo você a escrever sem medo de ser chamado de "herege". Se bem que este termo, que é derivado do grego hairetikis, exprime o significado de "indivíduo enquanto agente de escolha". Ou seja, alguém que se separa da versão doutrinária estabelecida pela ortodoxia religiosa, a qual se julga conhecedora da correta interpretação das Escrituras.

    Neste sentido, sem nenhuma presunção de negar em mim a existência de algumas ortodoxias ainda bem fortes no modo de pensar, eu poderia me considerar um tipo de herege e um dissidente deste evangelicalismo brasileiro. Aliás, faz meses que eu já não me considero mais um evangélico e nem um cristão, mas tão somente um seguidor de Cristo e crente no Deus Vivo, meu Adon Olam.

    Abraços.

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  24. Prezada Rô,

    Seja bem vinda ao meu blogue!

    Realmente a internet é uma oportunidade para aprendermos uns com os outros e acredito que, mesmo com aqueles que pensam diferentes de nós, a divergência de opinião pode vir a acrescentar. Basta que tenhamos abertura em nossas mentes e não consideremos o pensamento como uma transgressão e sim como uma função com a qual o Criador nos dotou para que façamos uso dela.

    Aparece aí mais vezes.

    Fica na paz!

    Abração!

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  25. Rodrigão, vem junto com o Edu e o Levi pra sampa, pra gente abrir uma Igreja Evangélica dos Desviados do Templo da Última Hora!KKKKKK

    O herege mor vai ser o Edu e o vice vc!rsrsrs

    O Levi será o diácono e eu serei o coroinha!rsrsrs

    Também tenho algumas ortodoxias que considero princípos "inegociáveis", mas nada que não dê pra negociar quando o assunto é a vida do ser humano.

    Já escrevi um texto sobre a inclusão de pessoas de outras religiões na Graçã de Deus com o título: O Evangelho que não é do meio, que deu o maior fuzuê no Púlpito Cristão. No meu blog o endereço é: http://conexaodagraca.blogspot.com/2010/12/o-evangelho-que-nao-e-do-meio.html.

    Foi um dos textos que mais senti alegria e prazer em escrever.

    Já estou escrevendo outro na mesma linhagem, logo eu termino. Sou daqueles que escreve um monte de coisa ao mesmo tempo e em etapas, fragmentos que depois vão se juntando e terminando o pensamento. O tema desse é: A Graça nada comum de Deus.

    Creio que nóis dois o Edu eo Levi fazemos uma boa parceria da Neo-Ortodoxia Da Heresia Renovada!!!KKKKKK

    Abração meu brother!

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  26. Prezado Franklin,

    Concordo que caminhar pela via da graça é sempre mais interessante, proveitoso, fortalecedor e nos proporcionar uma abertura incomparável. Algo que não nos deixa apavorados com eventuais dúvidas sobre as "verdades" da ortodoxia ou sobre os nossos momentos de descrença ou falta de fé. Aliás, a graça nos permite até cometermos os erros dos legalistas quando não conseguimos viver debaixo dela. Isto porque se ainda não compreendo totalmente a graça, ela me entende e me aceita tal como eu sou.

    Apesar de nós quatro termos pensamentos diferentes em vários aspectos. Dos quatro, talvez eu seja o mais ortodoxo, principalmente se viermos a debater sobre sexualidade, penso que podemos produzir algo em comum sim. E aí já estou falando sério. Não mais me referindo à abertura de novas igrejas, mas da exposição de uma maneira inovadora de pensar e repensar a leitura Bíblica e o olhar cristão sobre o mundo.

    Apesar do Novo Testamente, principalmente Paulo, mencionar a heresia como "obra da carne", entendo que o vocábulo não pode ser demonizado como sendo algo sempre pecaminoso. Pois há heresias que se formam motivadas pelo sentimento faccioso. Outras, porém, decorrem de um livre pensar buscando a edificação. E aí já não seria uma proposta que tente perverter o Evangelho de Cristo, mas sim manter viva e atua a sua Mensagem.

    Por entender que a Palavra de Deus é algo vivo, eu não a reduzo ao cânon bíblico. Vejo que a inspiração pode estar em toda parte, inclusive entre não judeus, em autores pós-bíblicos e nos nossos dias. Por outro lado, não entendo que tudo o que uma pessoa escreve e consta na Bíblia seja "Palavra de Deus". Pois, mesmo sendo o homem inspirado por Deus, ele pode escrever ou falar coisas que sejam dele mesmo. É o que se lê de modo expresso na 1ª Epístola aos Coríntios, quando Paulo dá suas orientações acerca do casamento, virgindade, divórcio e depois fala sobre o uso do véu nas igrejas. Tudo isto não pode ser levado ao pé da letra sendo que eu, particularmente, desaconselharia o celibato.

    Por enquanto é isto. Talvez não me veja tanto na internet nos próximos meses porque estou precisando estar para concurso. Mas agente vai se comunicando nas oportunidades.

    Abração!

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  27. Ótima abordagem,é sempre bom o conhecimento
    de fatos tão interessantes... Estava no blog do amigo Franklin(conexão da graça)e cheguei até aqui,e devo dizer que foi muito gratificante.

    ABRAÇO CARINHOSO...

    GIOVANA

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  28. Olá, Giovana!

    Seja bem vinda a este espaço.

    Participe sempre que desejar e obrigado por ter lido minha postagem.

    O Franklin é um grande amigo e participante dos comentários daqui deste site.

    Abraços,

    Rodrigo.

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  29. muito bom o debate aqui e como católico "praticante" "carismático" "fundador de uma comunidade" "cristão" e "herege segindo meu amigo Franklin e não me senti um estranho por aqui! Sou amigo do Franklin e ele tem me levado a heresia kkkkkkkkkkkkkkk valeu e aqui fiquei também.

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  30. Caro Gilberto,

    Seja bem vindo ao meu blogue!

    Gosto muito do Franklin. Uma "herege" bem humorado e brincalhão. (rsrsrs)

    Participe sempre que desejar!

    Abração.

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